segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

GREGÓRIA | Luz dos olhos teus

Augusto Fonseca, advogado crítico, 25 anos, estava sentado em sua sala no Recife lendo uma manchete do jornal Diário Novo: “Brasil, o principal produtor de café? Quem ‘Pedrinho de Alcântara’ pensa que é?”

Nesse momento, entra Feliz, um amigo bem calmo de Augusto: “O que é, Dr. Fonseca, que estás reclamando da vida? Se é sobre o Imperador, nem me fales. Tenho um convite a lhe fazer: vamos ao sítio de Fernandes hoje à tarde, e você conhecerá Leonor, irmã dele, você irá amar. Aceita? Claro que aceita!” Com um pouco de insistência, Augusto aceitou.

À tarde, ambos se encontram e partiram para o sítio de Fernandes. Foi uma surpresa para Fernandes encontrá-los em plena sexta-feira. Fernandes também lhes apresentou Leonor, por quem, instantaneamente, Augusto se apaixonou.

- Essa é a minha irmã Leonor, um doce. Mas onde está Isabel, a pobre escrava, para servir-nos um café? Ah, você está aí! Pode servir um café, vá vá...

Quando os olhos de Augusto se encontram com os de Isabel, ele sente que seu amor era para ela e não para Leonor. “Quem é essa linda mulata? Isabel, luz dos olhos teus...” No momento certo, tudo aconteceu, e Augusto consegue se aproximar de Isabel, quando os três vão ver quem estava chegando no sítio. Os dois conversam bastante, e Augusto diz a ela que esta apaixonado.

- Meu senhor, isso é até uma desonra para um homem como você!

Augusto não se importa e não conta nada para ninguém e, no outro dia de manhã, vai à Igreja falar com o padre Amaro, pedir-lhe ajuda para conseguir libertar seu amor, vendo seu pedido negado, Augusto sai furioso: “Seu excessivo religioso! Não sei de onde vocês tiraram essas ‘leizinhas’ idiotas!”

Nessa manhã, Leonor foi até o padre Amaro “confessar seus pecados” e, acidentalmente, o padre conta a ela o caso de amor de Augusto e Isabel, e ela fica furiosa: ela estava apaixonada por Augusto. Então, teve uma idéia: matar a pobre escrava Isabel.

Chegando em casa, Leonor encontra-se a sós com a escrava e, armada com uma faca, vai matá-la: “Isabel, eu nunca tinha pensado que iria fazer algo assim.Você provocou, a sua beleza é a culpada. Diga adeus, diga adeus ao mundo, diga adeus ao seu amor, Augusto!”

Depois de enfiar uma faca no coração de Isabel, Leonor vai ao pátio e abre um buraco onde joga o corpo da escrava e depois fecha-o. A morte de escrava foi investigada por muito tempo pela família, pois, mesmo escrava, era muito amada. Augusto chorou muito por Isabel e nunca descobriu como e porque a escrava sumiu sem deixar marcas...

Conto escrito pelas alunas Ana Paula, Débora, Maquieli e Mariana da turma 201

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